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arqueologia proibida                                           SESC THERMAS - 2019/ 2020

ARQUEOLOGIA PROIBIDA

SESC THERMAS, Presidente Prudente, SP

Instalação com materiais diversos

250m2 aproximadamente

 

O artista prudentino Gustavo von Ha apresenta o trabalho inédito Arqueologia Proibida, como parte da exposição Revelações Imaginadas, no Sesc de Presidente Prudente.

 

Von Ha revela uma história enterrada pelas narrativas vigentes, questionando sistematicamente os limites da arte. Sua pesquisa traz à tona imagens, conceitos e narrativas muitas vezes silenciadas na história brasileira. Von Ha trabalha com o conceito de verossimilhança criando peças, artefatos e materiais feitos de cerâmica, vidro e ossos. Essa instalação aponta para uma identidade local forjada sob uma narrativa autoritária desde a fundação da cidade de Presidente Prudente que até hoje é conhecida pelos conflitos de terra. Localizada no Oeste Paulista, a cidade é marcada pelo extermínio dos indígenas Caiuás, Xavantes, Caingangues e Guaranis.

 

O artista fez uma imersão de pesquisa acerca da marginalidade dos indígenas e da cidade que também joga para a periferia parte da sua população. Ele se apropriou de grafites e pichações encontrados na cidade e os reproduziu nos totens de vasos de cerâmica, lembrando-nos também que essas ações urbanas demonstram um tipo de ocupação da cidade que é negada para certos grupos.

Décadas atrás, algumas tribos da etnia Krenak foram arrancadas à força da região do Rio Doce por interesses de mineradoras e enviadas para a região de Prudente, forçadas a viver em um “pedaço de terra” com outras sete diferentes etnias, com línguas e culturas distintas. Eles aprenderam a conviver e lá permanecem há mais de 100 anos em uma situação dramática imposta pelo governo e reforçada pelos ruralistas. A líder indígena Lidiane Krenak e sua família foram convidadas pelo artista para palestrar ao lado dele. Durante a conversa ela suplicou "deixem a floresta voltar para nós".

 

Von Ha cria uma visualidade acerca dos segredos que o solo de sua terra natal ainda guarda. "Fazer esse trabalho representa uma oportunidade de me reconectar com a cidade e rever minha própria formação, que foi submetida às narrativas que constroem a memória de Prudente e região", afirma.

 

Seus trabalhos estão presentes em coleções como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, MAR [Museu de Arte de Rio], MAC-USP [Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo], Fundação Cervantes de Tokyo e NCC [Nassau Community College] em Nova York.

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